Cotidiano e experiências fotográficas
As placas fotográficas em vidro eram utilizadas para registrar o dia a dia da população, seus hábitos e costumes. Pessoas, monumentos, eventos, a natureza, condições meteorológicas e outros aspectos.
Sobre as placas era depositada uma emulsão fotográfica - combinação de gelatina com sais de prata sensíveis à luz, que representou a primeira técnica de registro fotográfico desde sua invenção, no século XIX. O dispositivo, usado para a obtenção dos "instantâneos" na vida cotidiana, pode ser comparado aos "fotógrafos da praça", os "lambe-lambes" que tanto romantismo remetem em nossas memórias. No plano científico, as câmeras, especialmente construídas, eram acopladas aos telescópios para registrar campos no céu ou a microscópios para fotografar seres minúsculos invisíveis a olho nú.
Enfim, tudo era registrado neste dispositivo, que foi usado por mais de um século para guardar os momentos importantes da história das sociedades.
Dentre as suas inúmeras atividades científicas e acadêmicas, Henri Charles Morize (1860-1930), o Henrique Morize, como ficaria conhecido, tinha um hobby: a fotografia. Esse "passatempo" se tornaria importante para a memória fotográfica do Observatório Nacional.
Nota: as imagens das placas digitalizadas têm o nome formado, inicialmente, por três letras associadas a um número para facilitar a sua localização no banco de dados digital e no acervo físico da biblioteca do Observatório Nacional.